domingo, 14 de junho de 2009

Em sintonia com estudos atuais (desde a década de 80), desenvolvidos dentro do âmbito da Lingüística, sobre a problemática dos gêneros textuais ou discursivos, esta dissertação é um estudo sobre o gênero piada. Observando aspectos referentes à sua conceituação, constituição e práticas, o nosso objetivo é fornecer elementos para que a piada possa ser considerada um gênero. Embora esta dissertação se insira dentro das pesquisas desenvolvidas pela Lingüística Textual, nos aproveitamos do fato de esta disciplina ser interdisciplinar e procuramos estabelecer um diálogo entre ela e outras áreas de saber, principalmente com a Análise do Discurso e a Pragmática, para que pudéssemos caracterizar o gênero piada de forma a contemplar os estudos, não apenas sobre gênero, mas sobre humor em geral. As discussões empreendidas, nesta dissertação, estão sempre baseadas na relação, já feita por outros autores (Koch, Marcuschi, Possenti, entre outros) entre os estudos do texto e do discurso, procurando encontrar um ponto de intersecção entre eles, a ponto de usarmos, indiferentemente, texto/discurso; gênero textual/gênero discursivo. O texto-discurso é visto como uma prática, uma forma de ação no mundo, e, este nosso olhar, advindo da pragmática, repercutiu na forma como foi feita a descrição do gênero piada. A nossa preocupação em querer considerar o contexto e as práticas nas quais se insere a piada, nos levou a selecionar um corpus, composto através do envio de e-mails, de mais de 450 piadas, obtidas através da colaboração de alunos graduandos e pós-graduandos da área de Letras/Lingüística. Nossa intenção foi a de observar o que pessoas que lidam com textos/discursos em seus cotidianos concebiam como piada, a fim de confirmar a nossa hipótese de que nem todo texto enquadrado no gênero piada, realmente pode ser considerado como tal. Essa hipótese foi confirmada partindo dos critérios que elencamos como necessários para um texto ser considerado como pertencente ao gênero piada, aspectos estes que procuraram contemplar características textuais, nas quais destacamos o traço inerentemente narrativo, a nosso ver, que este gênero possui; características quanto à recorrência de temas, numa perspectiva ideológica, que estão mais presentes nas piadas; e, embora num enfoque discursivo e não etnometodológico, apontar os possíveis ?locais? de circulação das piadas, isto é, as práticas nas quais podemos encontrá-las e a função que elas exercem nesses contextos. Résumé: Linguistique sur la problématique des genres textuels ou discursifs - en harmonie avec les travaux actuels qui ont commencé au début des années 80. En observant certains aspects concernant la conceptualisation, la constitution et les pratiques de la blague, notre objectif est d?indiquer certains éléments pour que la blague puisse être considérée comme un genre. Bien que ce travail s?insère dans le domaine des recherches réalisées par la Linguistique Textuelle, nous avons misé sur l?ouverture de celle-ci à l?interdisciplinarité pour pouvoir établir un dialogue entre elle et d?autres disciplines, surtout l?Analyse du Discours et la Pragmatique. Cela nous a permis de caractériser le genre « blague » de façon à considérer les études sur le genre et l?humour en général. Les discussions entreprises se fondent toujours sur les exposés déjà faits par des auteurs comme Koch, Marcuschi, Possenti, parmi d?autres. Ces études sur le texte et le discours nous ont permis de trouver des passerelles et d?utiliser, indifféremment, les concepts de texte/discours et de genre textuel/genre discursif. Une fois que le texte/discours est conçu comme une pratique et une forme d?action dans le monde, cette manière de voir, qui vient de la Pragmatique, se répercute sur la manière de décrire le genre « blague ». Notre souci de considérer le contexte et les pratiques dans lesquelles est insérée la blague nous a amené à sélectionner un corpus de 450 blagues que nous ont envoyées ? par internet - des étudiantes en Lettres et Linguistique. Notre objectif consistait à observer ce que les personnes - qui travaillentdans leur quotidien avec des textes/discours - conçoivent comme une blague, afin de confirmer notre hypothèse : à vrai dire, ce n?est pas tout texte considéré comme une blague qui peut l?être. Cette hypothèse, nous l?avons confirmée à partir des critères qui nous avons sélectionnés comme nécessaires pour qu?un texte puisse être considéré comme appartenant au genre « blague ». Ces critères aident à examiner les caractéristiques textuelles, parmi lesquelles nous avons mis en évidence le trait narratif inhérent au genre et la récurrence des thèmes idéologiques qui sont le plus souvent présents dans les blagues. Enfin, dans une perspective discursive, nous avons montré les possibles lieux de circulation des blagues, c?est-à-dire les pratiques où nous pouvons les trouver, et la fonction qu?elles remplissent dans ces contextes

Um comentário:

  1. Não sei se você já teve a experiência de trabalhar este gênero, é totalmente motivador. Divulgue seu blog e continue compartilhando idéias com seus colegas. Boa interação.
    Abraços - Prof. Ecia Mônica

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